Família - Um Dia na Vida
Itabirito - MG
Maya e o Plantio da sua Placenta como um Ritual de Batismo
Quando a Maya nasceu, me lembro de conversarmos na sala de parto sobre o destino da placenta e aí Ana Paula, a Poly, como é chamada pela família, manifestou o interesse em congelar a placenta para depois plantá-la na casa da sua mãe. Ela pesquisou sobre esse ritual e ao ver o quão belo ele é resolveu realizar para a Maya. Uma cerimônia simples, apenas para os avós e padrinhos, mas carregada de significado, beleza e amor!
Eles permitiram compartilhar aqui o texto que leram durante a cerimônia para que outras pessoas possam também conhecer sobre esse ritual tão lindo!
"A placenta é um órgão incrivelmente precioso e completo.
Representa as raízes da criança no terreno da mãe.
É feita de dois organismos diferentes e incompatíveis, mas funciona como um único órgão, em completa harmonia.
A placenta faz todas as funções de um corpo humano. É o pulmão, fornecendo à criança o oxigênio e todas as trocas gasosas; é o coração mantendo a circulação entre o bebê e a mãe; é o rim, depurando e regulando os líquidos em seu corpo; é o aparelho digestivo, procurando e fornecendo comida; é a glândula endócrina, produzindo todos os hormônios necessários à manutenção da gravidez e ao crescimento da criança; é o sistema imunológico, fornecendo à criança anticorpos, linfócitos e macrófagos, as grandes células que podem destruir ou construir o tecido; é também a fonte do líquido amniótico e o renova a cada duas horas completamente.
Na África, é considerada a parte espiritual da criança, aquela parte dela que a acompanhou do Céu para a Terra.
No Sudão, a placenta é considerada o espírito gêmeo da criança, e acreditam que ela deverá ser enterrada em um local que representa as expectativas e esperanças dos pais em relação ao filho.
Os aborígenes a usam para fazer colares, para ajudar no crescimento saudável da criança e protegê-la contra doenças.
No Nepal, a placenta é chamada de “bucha-co-salthi”, significando “amiga do bebê”.
No Hawaii, ela é enterrada sob uma árvore, que se torna a árvore sagrada da criança, um lugar que será sempre o seu lugar de proteção, acalento, conexão com sua essência.
No Iêmen, a placenta é deixada sobre o telhado, para que os pássaros a comam, e assim fortalecer o amor entre os pais da criança.
Na América do Norte, a comem em função de restabelecer o útero, ter leite saudável, e prevenir contra depressão pós-parto, e também para equilibrar os hormônios.
Na língua Gabbra, a palavra placenta, “aku”, significa também nesta realidade, parteira, pois as duas são quem permite a chegada do bebê ao plano terrestre.
Na tradição celta, inclui com frequência o plantio de uma árvore, que pode ser fertilizada com a placenta ou com o cordão umbilical, num ritual de escolha de nome chamado “a benção da criança”, ou batismo.
Em algumas religiões africanas, no dia de um nascimento, a placenta e o cordão umbilical são enterrados em um vaso especial chamado “isasum” (que foi previamente pintado por seu pai ou pelo homem mais velho da família nas cores branca, azul e vermelha, com símbolos de ancestralidade), em um ritual chamado “Iwo”, que significa a devolução à mãe Terra da força vital que o criou, como a busca pela fonte de vida. E naquele local, mais tarde, durante sua vida, sairá, daquela terra, um “amuleto” que o protegerá durante toda a sua existência. Estamos usando as cores branca, azul e vermelha para representar a ancestralidade e a família que já foram tão importantes e continuarão sendo por toda a vida da Maya.
Acredita-se que a placenta é o lar do espírito e a conexão direta com o mundo e a criação divina, sendo o canal direto entre o mundo espiritual e o mundo terreno, por onde a alma entra e começa sua jornada.
Após conhecer melhor sobre a placenta e sua importância física e espiritual, resolvemos usá-la para o Batismo da nossa filha, Maya.
Esse ritual hoje tem vários objetivos
- Os celtas usam para o ritual de batismo o enterro da placenta junto a uma árvore. Árvore essa que crescerá e será o amuleto da criança.
Padrinhos são pais e mães espirituais. Aqueles que acompanharão a criança ao longo da vida, que estarão ali na ausência dos pais. Padrinhos tem um compromisso honroso pela frente. O compromisso de ajudar na difícil tarefa da educação dos nossos filhos e assumir essa função na ausência dos pais.
Para a escolha desse papel optamos pelas pessoas mais próximas e que mais nos apoiamos nos momentos de dificuldade. Pessoas que têm valores parecidos aos nossos e que nos conhecem por inteiro. Que na nossa ausência conseguirão transmitir aos nossos filhos quem somos e o que valorizamos.
Foi aí que escolhemos o Breno e a Luara para esse papel tão importante.
Agradecemos a vocês por sempre estarem ao nosso lado. Em todos os momentos! E como forma de agradecer e “dar mais trabalho” resolvemos dar a vocês a missão de serem padrinhos do nosso maior Amor e bem precioso.
E junto de vocês fazermos alguns agradecimentos e depositar energias positivas para a vida da nossa filha.
- Primeiramente agradecer à placenta por ter sido as raízes da Maya no corpo da Poly (agradecer por ter nutrido nossa filha e ter acompanhado seu espírito do Céu até a terra). Maya nasceu prematura com tamanho de um bebê a termo. Não precisou de nenhum suporte para viver. Chegou cheia de saúde! Temos que agradecer todos os dias por ela ter vindo no tempo dela, da forma dela e da melhor forma possível.
- Em segundo lugar colocar todas as nossas energias no desenvolvimento da Maya e toda sua jornada pela vida. A placenta é o lar do espírito, a conexão direta com o mundo e a criação divina. É o canal direto entre o mundo espiritual e o mundo terreno, por onde a alma entra e começa sua jornada.
A jornada da Maya começou dentro da barriga junto à placenta. Para desejarmos a ela um jornada de vida cheia de felicidade, amor, inteligência, e com capacidade de lidar com todas dificuldades e adversidades da vida, decidimos plantar essa placenta.
- Em terceiro lugar: A placenta representa as expectativas e esperanças dos pais em relação ao filho.
Nossas expectativas e esperanças são única e exclusivamente que Maya seja feliz nas suas escolhas e na forma de viver a vida. Não temos expectativas definidas. Só queremos que ela saiba vencer as dificuldades e que saiba cultivar a felicidade e amor.
- Em quarto: enterrar a placenta como uma cerimônia que levará energias para o crescimento saudável e protegida contra doenças.
Como falamos: Em algumas religiões o enterro da placenta é feito como um ritual de batismo. Vamos fazer aqui hoje o ritual “Iwo” que significa a devolução à mãe Terra da força vital que criou nossa filha. E, neste local, nasce o vínculo da Maya com seu padrinho Breno e sua madrinha Luara, que serão seus “amuletos” e irão protegê-la durante toda a sua existência."
Desde que comecei a fotografar histórias de nascimento, a minha admiração por esse órgão tão extraordinário é cada vez maior! Para as mulheres que também cultivam o interesse e admiração por ele, sempre procuro fazer um registro especial da placenta para elas. A da Maya tinha um formato mais especial ainda, o de um coração. E para mim, que a acompanhei desde a gestação, foi uma enorme alegria e uma grande honra terem incluído o meu nome entre as palavras escritas em torno do carimbo de sua placenta como um registro simbólico do seu batismo. Acho que toda a energia próspera e benéfica que a desejo foi ali simbolizada!
Obrigada, Ana e Caio, mais uma vez, pela confiança e carinho! Foi simplesmente maravilhoso e emocionante! Tenho certeza que a Maya foi abraçada e abençoada por toda essa energia vibrante de amor e positividade!
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